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Série Pioneiras: Rosalind Franklin

Data de publicação: 22 de junho de 2022. Categoria: Destaques, Notícias

Texto de autoria do professor Antonio Gomes Souza Filho

Raymond Gosling/King’s College London via Wikimedia Commons

Rosalind Franklin nasceu em 25 Julho de 1920 e escreveu seu nome na história da humanidade por várias descobertas importantes sem ter sido reconhecida à altura dos seus feitos, em parte pela vida curta, e em parte também por questões de gênero. O papel dela em desvendar a estrutura do DNA é muito conhecido, principalmente depois do livro de James Watson ‘The double helix’ (1968) e do filme da BBC ‘Life Story’ (1987). Foi no experimento coordenado por Rosalind que seu estudante de Doutorado Raymond Gosling obteve a famosa “fotografia 51” (foto 2 e que em 2020 virou face da moeda de 50p no Reino Unido), um resultado decisivo para revelar a estrutura do DNA; avanço científico reconhecido com o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia para Watson, Crick e Wilkins em 1962. Rosalind faleceu em 1958 e é muito debatido se ela teria ou não sido agraciada com o prêmio Nobel caso tivesse tido vida mais longa. O fato é que o Prêmio Nobel não é concedido a mais de três pessoas, e a regra de não concedê-lo para pessoas já falecidas só passou a vigorar a partir de 1974. No final da carreira, Rosalind desvendou a estrutura de vários vírus.

O que é menos conhecido sobre essa brilhante cientista é que ela fez contribuições fundamentais e duradouras em outras áreas da ciência antes e depois do tempo relativamente curto que ela trabalhou na cristalografia do DNA no King’s College em Londres. Ela deu contribuições seminais para uma área em particular, a ciência dos materiais carbonosos, trabalho que iniciou na sua tese de doutorado, defendida em 1945.

Rosalind Franklin in Paris, Vittorio Luzzati.

Rosalind iniciou os estudos sobre carvão em 1942, quando ela ingressou na equipe da Associação Britânica de Pesquisa sobre Utilização de Carvão (CURA) em um programa científico destinado a entender a estrutura do carvão por meio de estudos detalhados de densidade e porosidade, propriedades fundamentais para uma série de aplicações tecnológicas, desde aqueles tempos até hoje. Suas descobertas levaram ao que provavelmente foi a primeira demonstração do comportamento da peneira molecular em um material carbonáceo. Hoje, as peneiras moleculares à base de carbono, e de outros materiais, são de grande valor na indústria, onde, entre outras coisas, são usadas para separar o nitrogênio do oxigênio no ar. Ela também estabeleceu os primeiros modelos bem sucedidos para explicar a estrutura do carbono desordenado, conhecimento fundamental para o desenvolvimento das fibras de carbono e para a indústria nuclear.

Rosalind teve sua vida interrompida aos 37 anos por um câncer ovariano. Ela teve uma vida curta, todavia intensamente brilhante. Típico das pioneiras, ela escreveu uma história inspiradora que deixou muito conhecimento de fronteira para a ciência e muitas reflexões para a cultura do reconhecimento, e principalmente para as questões de gênero na ciência.

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