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Série Pioneiras: Maria Goepert Mayer

Data de publicação: 14 de junho de 2022. Categoria: Notícias

Texto de autoria do professor Antonio Gomes Souza Filho

Maria Goepert Mayer nasceu na Polônia e estudou na Alemanha, e se mudou para os Estados Unidos. Ela foi laureada com Prêmio Nobel de Física em 1963; apenas três anos após ter o primeiro emprego em uma instituição. Ela não ganhou o prêmio quando era jovem, de fato ganhou aos 57 anos. A demora em ter o primeiro emprego em uma instituição de pesquisa, para alguém que consegue a maior honraria da ciência, não fora a competência, foi o fato de ser mulher. Não era permitido ela receber remuneração por trabalhar na mesma instituição que o esposo, que era químico e trabalhava na Universidade John Hopkins.

E foi na John Hopkins que aconteceu um dos episódios da biografia de Mayer que demonstra como ela fez sua pesquisa sem apoio. Ela viu um escritório vazio na Universidade e pediu para utilizar, teve sucesso parcial no pleito, pois lhe deram uma sala no sótão. Ela aceitou a sala, talvez como estratégia para deixar claro que ela queria fazer ciência e não ficar em casa como o sistema a forçava.

Foto: Special Collection Research Center, University of Chicago Library

Seu trabalho em física nuclear que ajudou a compreender a estrutura de camadas do núcleo atômico, e lhe rendeu o prêmio Nobel de Física foi realizado literalmente “de graça”. Mas tem um aspecto que merece destaque. Mayer quando teve seu trabalho sobre a estrutura do núcleo (os núcleos atômicos que são mais estáveis possuem um número “mágico” de nêutrons ou prótons: 2, 8, 20, 28, 50, 82 e 126) aceito para a publicação, ela ficou sabendo que o físico alemão Hans Jensen tinha desenvolvido de forma independente o mesmo entendimento do núcleo. Maria solicitou à revista para adiar a publicação do artigo dela para sair junto com a publicação de Jensen; o fato é que o artigo dela acabou sendo publicado depois do de Jensen. A despeito desse fato, ficaram colaboradores, escreveram um livro juntos e dividiram o Prêmio Nobel.

Mayer travou suas batalhas contra o nazismo de Hitler, com o sistema que não acolhia mulheres, e com a sua saúde (sofreu um ataque cardíaco em 1960 logo depois que conseguiu a posição de professora titular). Mesmo com dificuldades continuou pesquisando e ministrando aulas até seu falecimento em 1972. Maria Mayer pertence ao grupo de pessoas que doam para a humanidade muito, muito mais do que recebem.

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