Texto de autoria do professor Antonio Gomes Souza Filho
Maria Goepert Mayer nasceu na Polônia e estudou na Alemanha, e se mudou para os Estados Unidos. Ela foi laureada com Prêmio Nobel de Física em 1963; apenas três anos após ter o primeiro emprego em uma instituição. Ela não ganhou o prêmio quando era jovem, de fato ganhou aos 57 anos. A demora em ter o primeiro emprego em uma instituição de pesquisa, para alguém que consegue a maior honraria da ciência, não fora a competência, foi o fato de ser mulher. Não era permitido ela receber remuneração por trabalhar na mesma instituição que o esposo, que era químico e trabalhava na Universidade John Hopkins.
E foi na John Hopkins que aconteceu um dos episódios da biografia de Mayer que demonstra como ela fez sua pesquisa sem apoio. Ela viu um escritório vazio na Universidade e pediu para utilizar, teve sucesso parcial no pleito, pois lhe deram uma sala no sótão. Ela aceitou a sala, talvez como estratégia para deixar claro que ela queria fazer ciência e não ficar em casa como o sistema a forçava.
Mayer travou suas batalhas contra o nazismo de Hitler, com o sistema que não acolhia mulheres, e com a sua saúde (sofreu um ataque cardíaco em 1960 logo depois que conseguiu a posição de professora titular). Mesmo com dificuldades continuou pesquisando e ministrando aulas até seu falecimento em 1972. Maria Mayer pertence ao grupo de pessoas que doam para a humanidade muito, muito mais do que recebem.