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Série Pioneiras: June Almeida

Data de publicação: 4 de maio de 2022. Categoria: Destaques, Notícias

Texto de autoria do professor Antonio Gomes Souza Filho

A escocesa June Almeida foi a primeira pessoa a visualizar (fotografar em um microscópio eletrônico) vários vírus, entre eles o primeiro coronavírus detectado em humanos.

Originária de família pobre, June teve que deixar a escola aos 16 anos para trabalhar como técnica em um laboratório de histopatologia em Glasgow. Sua habilidade em obter boas imagens a levou a mudar para Londres, onde aprimorou suas habilidades trabalhando em um hospital. Depois mudou-se para o Canadá, e trabalhando no Instituto do Câncer em Ontário, ela utilizou anti-corpos para agregar partículas virais, uma técnica que revolucionou a observação detalhada dos vírus em um microscópio eletrônico de transmissão. Ela demonstrou os resultados usando como modelo os vírus da gripe, hepatite e rubéola.

O sucesso do seu trabalho lhe rendeu o convite, em 1964, para trabalhar na Faculdade de Medicina do hospital St Thomas em Londres. Em colaboração com o Dr. David Tyrrell, cuja pesquisa era investigar a gripe comum, ela fez imagens de uma amostra intrigante chamada de B814, que fora coletada na secreção nasal de voluntários que tinham os sintomas de gripe, mas que não era possível crescer em cultura de células . June obteve ali as primeiras imagens de um novo vírus em humanos, que pela estrutura de coroa em torno do mesmo, eles nomearam de Coronavírus (é bom mencionar que não se trata do vírus SARS-Cov-2 que causa a doença Covid-19, o novo coronavírus como é chamado pertence à mesma família daquele que June visualizou).

O artigo científico de June inicialmente foi rejeitado sob a alegação dos revisores de que aquelas imagens eram de fato “imagens mal feitas” do vírus da influenza, mas depois publicado e reconhecido. Alguns anos depois, suas descobertas foram reconhecidas, fato que lhe rendeu o doutorado em virologia na Escola de Medicina de Londres. Ela ainda desenvolveu várias patentes na área de imagens e diagnóstico de vírus. Depois de encerrar a carreira, ela se tornou professora de Yoga, e no final da década de 80 foi convocada para atuar como consultora científica na missão de fotografar o HIV.

As circunstâncias da vida obrigaram June a abandonar a escola na adolescência. O seu brilhantismo a levou a receber o título de doutora, e mais importante, a viver um roteiro único, legado típico de uma pioneira!

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