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Série Pioneiras: Jeanne Baret

Data de publicação: 8 de junho de 2022. Categoria: Destaques, Notícias

Texto de autoria do professor Antonio Gomes Souza Filho

Há 220 anos nascia no ambiente rural e analfabeto da França uma pioneira da botânica, Jeanne Baret. Ela aproveitou o conhecimento adquirido do pai sobre plantas medicinais como uma oportunidade para estudar, dar a volta ao mundo e se tornar uma das primeiras naturalistas. Quando seus pais faleceram, ela abandonou o campo e foi trabalhar como assistente do naturalista Philibert Commerson.

Depois de muitas viagens de trabalho pela Europa, Lineu (o criador do sistema de classificação botânica) incentivou Baret e Philibert a realizarem uma expedição ao mundial em busca de novas espécies.

As mulheres eram proibidas de integrar as tripulações da marinha francesa. Como o conhecimento de Baret era indispensável para o sucesso da missão, ela se chamou Jean e se vestiu como homem (nos faz lembrar de Jovita Feitosa!). Philibert teve muitos problemas de saúde e “Jean” assumiu a posição de botânico principal em muitos momentos.

A verdadeira identidade de Jeanne foi descoberta no meio da expedição. Devido a sua dedicação nas tarefas de bordo e o seu papel como botânica, o comandante não a prendeu, mas atribuiu a pena para abandonarem o navio, e assim fizeram nas ilhas Maurício. Logo depois, Philibert faleceu e ela sem dinheiro e sozinha, abriu um “cabaret” para sobreviver.

A vida lhe proporcionou encontrar Jean, um oficial da marinha francesa que se tornou seu marido e assim regressou para França levando 6000 espécies de plantas catalogadas. Pelo seu trabalho, o Rei Luis XVI a concedeu uma renda vitalícia.

Típico da época, Jeanne Baret caiu no esquecimento e teve o cruel reconhecimento público de amante do botânico real. Dois séculos depois da sua morte, ela recebeu o reconhecimento que a sociedade patriarcal da época a negou em vida. O livro intitulado “O descobrimento de Jeanne Baret”, escrito em 2010 pela escritora Glynis Ridley, revelou para o mundo a história de vida e o legado das descobertas dessa grande pioneira. Além de serem excluídas de muitas atividades, as mulheres eram excluídas dos registros documentais, e muitas histórias, como a de Jeanne, foram condenadas ao eterno anonimato.

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