Área do cabeçalho
gov.br
Portal da UFC Acesso a informação da UFC Ouvidoria Conteúdo disponível em: Português

Universidade Federal do Ceará
Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas

Área do conteúdo

Série Pioneiras: Bertha Lutz

Data de publicação: 29 de junho de 2022. Categoria: Destaques, Notícias

Texto de autoria do professor Antonio Gomes Souza Filho

Bertha Lutz foi uma pioneira na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras. Sua vida de classe média permitiu obter educação na Europa onde se tornou Bióloga. Foi nesse período que teve contato com o movimento sufragista inglês e trouxe essas ideias para o Brasil em 1918. Nesse mesmo ano, Bertha foi a segunda mulher a ingressar, por meio de concurso, no serviço público brasileiro ocupando o cargo de bióloga do Museu Nacional.

Em colaboração com outras mulheres, Bertha fundou em 1919 a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulheres, inciativa que foi a semente para o que viria a ser depois a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Seu ativismo à frente dos movimentos feministas a levou a representar as Brasileiras na Assembleia Geral da Liga das Mulheres Eleitoras (apesar do Brasil ainda ter eleitoras naquela época) exatamente há um século (em 1922) nos Estados Unidos. O ativismo de Bertha e demais colegas gerou resultado, mesmo que somente 10 anos depois, quando em 1932, por meio de Decreto Presidencial, as mulheres brasileiras passaram a ter direito de votar. No ano seguinte, Bertha se candidatou para uma vaga na Assembleia Nacional Constituinte, mas não foi eleita. Se candidatou no pleito seguinte e consegui a suplência de deputada e assumiu o mandato devido à morte do Deputado titular.

 

Como parlamentar, Bertha dedicou seu mandato à implementar mudanças na legislação de forma a acolher as pautas de vários movimentos que ela liderou, tais como a discussão que ela liderou na organização internacional do trabalho sobre a precariedade do trabalho feminino. Foi dela os projetos de lei para promover igualdade salarial, licença maternidade de três meses e da redução da jornada de trabalho que era de 13 horas diárias.

Sua atuação parlamentar foi marcada por proposta de mudança na legislação referente ao trabalho da mulher e do menor, visando, além de igualdade salarial, a licença de três meses para a gestante e a redução da jornada de trabalho, então de 13 horas diárias. Com a ascensão do Estado Novo em 1937 e o fechamento do legislativo, Bertha voltou a atuar como Bióloga, onde descobriu e catalogou diversas espécies. Nesse período ela chefiou o setor de Botânica do Museu Nacional.

O acervo pessoal da obra de Bertha, doado ao Museu Nacional, virou cinzas no incêndio de 2018. No entanto, o seu legado para ciência e para a emancipação das mulheres continua vivo, e suas palavras proferidas na conferência de São Francisco em 1945 e que deu origem às Nações Unidas ecoam até hoje; clamam por não serem nunca esquecidas: “Recusar à mulher a igualdade de direitos em virtude do sexo é denegar justiça a metade da população”.

Acessar Ir para o topo