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Série Pioneiras: Antonieta de Barros

Data de publicação: 13 de abril de 2022. Categoria: Destaques, Notícias

Texto de autoria do professor Antonio Gomes Souza Filho

Filha de escravos libertos, Antonieta de Barros foi criada pela mãe pois seu pai faleceu quando ainda era criança. Foi em um dos empregos da mãe na casa de um político Catarinense que Antonieta teve oportunidade. Ela foi alfabetizada aos 5 anos em um colégio particular financiado pela família. Seguiu nos estudos e antes mesmo de se formar em letras, criou um curso para preparar estudantes para o exame de admissão na escola normal e para alfabetizar adultos carentes. 

Em 1926 assumiu um posto de jornalista e sua voz foi muita ativa em defesa do acesso das mulheres às faculdades. “Há uma grande lacuna na matéria de ensino: a falta dum ginásio onde a mulher possa conquistar os preparatórios para ingressar no ensino superior. O elemento feminino vê, assim, fechados diante de si, todos os grandes horizontes”

Antonieta de Barros foi a primeira deputada negra eleita no Brasil e propôs a lei estadual (em Santa Catarina) que instituiu a comemoração do dia do Professor, data que passou a ser comemorada em todo país por meio de decreto do Presidente João Goulart em 1963. 

A trajetória de Antonieta como parlamentar não foi nada fácil. Ela foi pioneira em se posicionar que a educação era um direito humano. Fez isso por meio de ações e artigos denunciando à falta de política de educação para os pobres, o preconceito racial e a falta de acesso das mulheres aos níveis mais elevados da educação. 

A história dessa pioneira é pouca conhecida, mas é fácil perceber o quanto ela revela muito sobre algumas mazelas que nossa sociedade perpetua até hoje, principalmente em relação ao racismo e as conquistas das minorias que as elites não suportam. A atuação proativa e crítica da deputada, educadora, e jornalista aos governantes que não estavam interessados em promover a educação dos pobres e negros era classificada de forma preconceituosa como “intriga de senzala”. Quase um século depois da sua primeira eleição, apenas 15 mulheres ocuparam cadeiras na assembleia de Santa Catarina. Antonieta foi a primeira mulher negra, e até hoje, a última.

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