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Série Pioneiras: Alice Augusta Ball

Data de publicação: 18 de maio de 2022. Categoria: Destaques, Notícias

Texto de autoria do professor Antonio Gomes Souza Filho

Em tempos de crise, como em uma pandemia que vivemos nos últimos dois anos, as mulheres são sempre as mais sobrecarregadas. Além de serem susceptíveis a adoecer, elas sempre fazem parte do grupo dos que cuidam, das dores do corpo, e das chagas da alma. E elas deram grandes contribuições científicas, algumas invisibilizadas e outras surrupiadas, para o desenvolvimento de terapias para as doenças infectocontagiosas.

Alice Ball foi uma pioneira no tratamento da hanseníase no início do século 19. Ela foi a primeira mulher negra a se graduar na Universidade do Havaí e a primeira mulher a se tornar professora daquela instituição. A sua formação em química permitiu desenvolver um óleo injetável que foi a primeira terapia que deu resultados importantes no combate à lepra. Vivendo em uma época em que a expectativa de vida era baixa comparada com a dos dias atuais, Ball teve a vida abreviada aos 24 anos. Nesse episódio, cogitou-se como causa da morte a inalação acidental de Cloroquina durante uma exposição para os alunos. É um assunto polêmico na biografia de Ball, e consta nos documentos médicos que sua jornada foi encurtada pela tuberculose.

Ball faleceu (1917) antes de publicar seus achados terapêuticos e um colega (Arthur L. Dean) da universidade continuou a pesquisa, e divulgou logo depois o tratamento que ficou conhecido como “método Dean”, isso sem dar nenhum crédito à Ball. Seis anos depois, o supervisor de Alice revelou para o meio científico que a descoberta tinha sido feita por ela passando o protocolo terapêutico a ser devidamente conhecido como “método Ball”. Três anos após sua morte, 78 pacientes de um leprosário foram curados, e puderam retornar para as suas famílias. O método Ball foi utilizado até os idos de 1940 quando novas terapias foram descobertas.

Alice teve uma vida precoce, e mesmo assim ofertou à humanidade o alívio para uma doença que condenava as pessoas a uma morte lenta e solitária. É fortuito que a tentativa de torná-la invisível sucumbiu. É uma pena que a história de muitas mulheres não teve a mesma justiça!

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