UFC é destaque em competição nacional de soluções para Pessoas com Deficiência; PROGEP integra equipe participante
Data da publicação: 30 de julho de 2024 Categoria: Destaques, NotíciasA Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP) da UFC marcou presença na terceira edição do Dathaton da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), competição que premia soluções para o serviço público, desta vez com propostas voltadas a Pessoas com Deficiência (PCD).
A diretora da Divisão de Equidade, Diversidade e Inclusão (DEDI) da PROGEP, Luzimar Araújo, integrou a equipe Jangada, que apresentou a Rede Farol, proposta de unificação, cooperação e colaboração das informações sobre servidores com deficiência do Brasil. Durante a premiação, que ocorreu na última sexta-feira (26), em Brasília, a equipe obteve Menção Honrosa e terá seu trabalho divulgado em publicação que irá agregar conhecimentos gerados durante o Dathaton.
Das cinco equipes, compostas por integrantes com e sem deficiência, três foram premiadas e duas receberam Menção Honrosa. Além da Diretora da DEDI, a UFC foi representada por Clemilda Sousa, coordenadora de Acessibilidade para Pessoas com Deficiência do Sistema de Bibliotecas (SIBI) da UFC, e Rafaela Silveira, assistente social da Secretaria de Acessibilidade UFC Inclui.
A equipe Jangada também contou com a servidora Joseana Costa, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), e os servidores Edvard Correa, da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), e Felipe Soares, da Universidade Federal do Jathaí (UFJ).
Ao longo da semana passada, os participantes estiveram imersos em uma maratona de oficinas sobre temas como letramento relacionado ao capacitismo, análise de dados e design thiking, além de atividades preparatórias para o pich, apresentação final da solução, que ocorreu na sexta.
Confira mais detalhes sobre as equipes premiadas e seus projetos.
A Rede Farol
“Oferecemos ao Datathon uma solução baseada nos ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da Agenda 2030, com base na atuação das pessoas com deficiência. O ODS 17 fala da necessidade de trabalhar os dados referentes a essa parcela da população e que esses dados tenham alta qualidade para que eles possam realmente representar esse segmento e representar as dificuldades, as barreiras e os empecilhos que essa comunidade enfrenta para poder atuar socialmente com os demais”, explica a coordenadora de Acessibilidade Para Pessoas com Deficiência do SIBI-UFC.
“Identificamos, a partir da análise dos dados, que a pessoa com deficiência é sub-representada no serviço público. Outro problema que identificamos é que temos dados incompletos e até incorretos sobre a pessoa com deficiência”, complementa a diretora da DEDI, Luzimar Araújo. “Então, propusemos a criação de uma rede, não só para unificar esses dados, mas prevendo a questão da segurança desses dados, com um cadastro único para que as instituições cadastrassem esses servidores com deficiência”, ressalta.
A assistente social da Secretaria de Acessibilidade UFC Inclui, Rafaela Silveira, afirma que no Dathaton foi possível constatar que a UFC encontra-se no mesmo patamar de outras universidades do Brasil quando o assunto é acessibilidade e análise de dados. Para ela, também foi possível perceber quais avanços a Universidade precisa trilhar em relação à temática da competição.
“Precisamos criar canais de escuta do servidor com deficiência, e nessa escuta acolher suas demandas e incidir na melhor qualidade de vida dele nos ambientes de trabalho na interação com as pessoas não deficientes, pois existem as barreiras atitudinais, que revelam os preconceitos, as discriminações, os julgamentos antecipados, muitas vezes questionando, inviabilizando o comprometimento, o engajamento desse servidor no ambiente de trabalho”, salienta.
Confira o resumo da proposta da equipe Jangada.
Veja os slides da apresentação da equipe.
“O servidor com deficiência é um ator para a inovação”
A coordenadora Clemilda Sousa destaca que, apesar de o projeto apresentado pela equipe Jangada não ter figurado no pódio, a experiência na competição revelou novos olhares aos participantes. “Percebemos que o país inteiro carece de um letramento sobre capacitismo no serviço público e fora do serviço público também. Fizemos amizades, tivemos acesso a novos conhecimentos, ressignificamos antigos conhecimentos que já tínhamos e também partilhamos muito”, enumera.
Para Clemida, “o servidor com deficiência no serviço público é um ator importante para inovação. É preciso que a universidade, o setor público perceba a pessoa com deficiência como a oportunidade de inovar na sua relação de prestação de serviço com a população. Nós, pessoas com deficiência, não estamos aqui para atrapalhar, pelo contrário: para propor mudanças significativas”, finaliza.
Para Luzimar Araújo, a participação no Dathaton foi importante para firmar o compromisso institucional da UFC no combate ao capacitismo e na preocupação em relação às pessoas com deficiência no serviço público. Além disso, há a perspectiva de adaptar a proposta original da Rede Farol à realidade da UFC. “Nós vamos juntar a Secretaria de Acessibilidade, PROGEP, quem mais tiver interesse no tema, para apresentar o que fizemos lá e possivelmente adaptar a proposta à nossa realidade”, prevê.